SONETO DE NATAL
DENTRE AS PEDRAS
A BIBLIOTECÁRIA
VÃO OS MEUS DIAS
VÃO OS MEUS DIAS
Vão-se os dias,
Vão-se as horas,
Tão tardias
Noite afora
Vão-se os sonhos
Vão e vem,
Vão risonhos
Ao meu bem;
Vão-se em vãos
Vão-se em becos,
Deixam em mãos
Um leito seco.
E a morte etérea?
É passageira,
Não está séria
É a herdeira!
Vão-se os cantos
Ficam os campos,
Um perfume,
O santo hume;
Vão-se as asas
Vai-se a aurora
Luzem as casas
Certa hora;
Noite afora
Tão tardia,
Chega a hora
Triste dia!
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)
CANORA
BACANAL
REDENÇÃO
DEPOIS DO VERSO
DEPOIS DO VERSO
Depois do verso
o perverso me vem,
O que vem depois?
De um deposito de mim,
Assim, inda cru no mundo,
O que vem depois
do feijão com arroz
e do caldo profundo?
Depois do verso, ergo, envergo,
de uma dor moral despido do fim,
Ai de mim! Que meus restos
imorais fecundem-se em ti…
Ai de mim! Que regozijo
de um sopro, de um gozo,
falado, centrado, tépido e algoz
de ferocidade sutil e exausta…
Mas o que vem depois?
(Anderson Delano Ribeiro)
VIOLENTA
PS: Esses versos foram inspirados a princípio por essa foto. Mas por quê essa foto só no final? Se você ler o poema com a primeira imagem em mente e depois reler com a segunda imagem, lerá o mesmo poema, de uma forma diferente.