BOCAQUIUSA
 
 
Boca, fresta oca,
Que usa o sopro
Em potência e som,
 
Boca, que usa
toda, uma lascívia
fremente em bailar
 
Língua ao céu da boca,
Essa rouca voz brada
indizeres de prazer atol!
 
Boca, que usa boca,
mata sede em sabores vãos,
vai-se boca, pelas pernas
 
dissabores, boca, xinga porra!
Em calores vagam tantas mãos,
Boca, vocaliza, onde pisa sustenida,
 
Língua, entre a boca,
Beija ao som de outra boca,
Essa moça que passeia pelo céu…
 
(Anderson Delano Ribeiro)