JUS SANGUINIS
O PALHAÇO
RI DE TI PIERROT
CAMINHO DOS OLHOS
SE ELA UM DIA DESPENCAR DOS CÉUS
SE ELA UM DIA DESPENCAR DOS CÉUS
Se ela um dia despencar dos céus,
que caia serenamente,
e que sua pele alva possa vestir
meus versos emplumados,
para fazê-la voar mais alto!
Que caiam em meus lábios,
gotas doces de uma poética
misteriosa do seu silêncio,
de um riso de eternidade…
Se ela um dia despencar dos céus,
peço que venha lasciva no olhar…
que traga no tépido riso de menina,
A virtude das mulheres deusas
Em seus olhos grandes, de pássaro
faminto… Que paire em meus dedos,
a colher sépalas róseas flamejantes
de espáduas retorcidas, contorcidas,
E de instante! Em face languida,
me perca, em toda paz e caos contidos;
Ébrio, em uma pira de devaneios…
Despertar… Despencar…
Da boca ao céu! Acordar…
(Anderson Delano Ribeiro)
SURREAL
A PRIMA DA RIMA
VERSOS EM 212 SABORES
NÃO ME ORGULHO
NÃO ME ORGULHO
Não me orgulho de ser diferente, ainda crer em gente. De pensar que afeto é melhor que grosseria, de ver como magia a lua colher estrelas!
Não me orgulho por mesmo certo despir o orgulho e pedir perdão, é que presença doce amarga a questão. E toda boa história tem continuação…
Não me orgulho de nutrir sonhos em meu peito, pois no mundo perfeito descartavel é lei. Descartando a nós mesmos, por um troco de tempo.
Não me orgulho de fazer rir e chorar, de mostrar que é possível viver, rabiscar o sonhar, e plantar no jardim sementes de borboleta e cor…
Não, não me orgulho de eterniza-la no éter poético das estrelas, fazer canção sem sequer ve-la, e com o dedo cavar tua face num riso…
Não me orgulho por ser sincero demais, mas sim, durmo em paz por mostrar teu reflexo, mas que nexo há no dom do encantamento?
Não me orgulho de como o cravo, me engrandecer com um bom dia de sol, e em troca dar-te pétalas em versos, ou asas rimadas.
Não me orgulho de partir sem porquês, de sentir sem toques, de saber que amanhã caberá toda história num singelo foi bom…
Não me orgulho de cantar sem perder o tom, mas quebrar toda rima, e dizer-te: Menina que imagina escolhas, arranca as folhas da flor que te dei?
Eis que voam pra longe, para onde? Não sei… Mas devolvo-te em saudade, candura verdade, perfume de versos que outrora deixei…
(Anderson Delano Ribeiro)