PARA O DIA DELA
BOCAQUIUSA
FETAL
FETAL
Face a face com o Mal,
que por pouco reflete o real
onirico do que és,
Nada além de si, em si, para si,
Tomar-se frente as desventuras,
de maremotos de loucura…
— Soy yo, delante del espejo de sal!
De uma atroz fatalidade que a idade
permeia de Safo a Parmênides,
Diz-me que entes quão Gorgona íntima?!
Ínfima de infinidade que me diz além-mar!
Das que Dasein espelho meu, Diz-me!
Brada-me quieto e fatal!
De renascimento extremo coroado… Fetal!
(Anderson Delano Ribeiro)
#AlegoriasDeUmaVida
SONETO DE NATAL
DENTRE AS PEDRAS
A BIBLIOTECÁRIA
VÃO OS MEUS DIAS
VÃO OS MEUS DIAS
Vão-se os dias,
Vão-se as horas,
Tão tardias
Noite afora
Vão-se os sonhos
Vão e vem,
Vão risonhos
Ao meu bem;
Vão-se em vãos
Vão-se em becos,
Deixam em mãos
Um leito seco.
E a morte etérea?
É passageira,
Não está séria
É a herdeira!
Vão-se os cantos
Ficam os campos,
Um perfume,
O santo hume;
Vão-se as asas
Vai-se a aurora
Luzem as casas
Certa hora;
Noite afora
Tão tardia,
Chega a hora
Triste dia!
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)
#JusSanguinis