COR DE TERRA

COR DE TERRA

COR DE TERRA

Nós somos iguais,
somos todos cor de terra,
antes mesmo de Gaia,
Tiamat, ou todas as eras.
Somos fruto, adubo, sonho, solidão.

(Anderson Delano Ribeiro)

#140Microcontos

É PRA VIDA

É PRA VIDA

É PRA VIDA
 
É pra Vida… Sim, é pra Vida os sonhos que desenho de olhos bem abertos,
É pra Vida, as cores que trazes em seu vestido e seus olhos me aquarelam!
É pra Vida o Chamego Meu que embala em nossa canção…
É pra Vida te ouvir chamar Vida esse Poeta que vive pela Vida menina.
 
É pra Vida as cores da janela à geladeira, toda bela, toda prosa…
É pra Vida a liberdade do seus vôos, hora rasos, hora soltos, mas certos
que são os passos mais lindos da dança do pássaro mulher!
É pra Vida, as mão dadas na praia, os meus olhos em sua sua saia,
 
E nosso caminhar por novos e lindos horizontes refletidos nesses olhos,
Feliz… Num abraço de eternidade e esquecimento do mundo fora do abraço.
 
(Anderson Delano Ribeiro – 23/08/2015)
TRANSBORDAMENTOS

TRANSBORDAMENTOS

TRANSBORDAMENTOS
 
Não quero estar cheio,
nem muito menos vazio!
Quero sim, transbordamentos!
 
(Anderson Delano Ribeiro)
TRÍADE

TRÍADE

TRÍADE
 
E o que era primeiro, virou segundo,
e agora nem mais é…
Talvez ainda seja, talvez quando der.
 
(Anderson Delano Ribeiro)
O BANQUINHO

O BANQUINHO

O BANQUINHO
 
Ali bem no cantinho,
habita um banquinho,
o banquinho que acolhe
o corpo exausto,
 
O banquinho que é palco
dos discursos inflados
hora cheios hora vazios,
o banquinho da greve!
 
O banquinho da primeira foto,
do primeiro beijo quiçá.
o banquinho da intimidade,
 
O banquinho que permanece
cheio de glória, assento de anseios
e histórias que vão e ficam.
 
(Anderson Delano Ribeiro)
SOBREMESA

SOBREMESA

SOBREMESA
 
Sobre a mesa, os quitutes mais formosos,
Os gargalhes mais falaciosos,
E a dourada sânie que nem Hipócrates cura…
Eu, me calo ante os rótulos e títulos de vaidades,
 
Em verdade, rogo um pão com margarina a mais
Saborosa ventura de ser livre da prisão das aparências!
Não quero, nem almejo a tez vazia de um pato putrefato,
Mas com a nobreza de ser foie gras para engordar-te o siso…
 
Penso que em meio a este meio não poderei ser quem sou,
E se não sou quem sou senão mero vislumbrador de vis vazias.
Cabe a mim com lirismo e zelo vos Dizer: Não!
Não serei como um cão sedento por alimento,
 
O talher de prata não ofusca o sabor do tormento,
Por mais que o pato aguente a gordura dessa mesa,
O pior vem sob a mesa…
O pesar amargo de cada sina sem sentido.
 
(Anderson Delano Ribeiro)
O BAILE

O BAILE

O BAILE
 
São três horas de uma hora
madrigal, a lua, já ate parece
estar lôbrega e embriagada…
— Aliás todos estão!
Mascarados embriagados,
envaidecidos, gargalham
carcarejadamente, e a música
é mero murmúrio desse momento.
 
É um baile de máscaras!
Em que os desmascarados,
são Pierrots de toda vida,
e suas máscaras, apenas,
lamentações enraizadas…
 
Já os mascarados! Sorriem,
suas máscaras são as mais belas,
as mais caras, e ainda!
Re-ti-rá-veis… Mas quem às tira?
Chama-me a atenção as faces
lânguidas e surreais…
 
Pudera eu ler suas mentes,
seus olhos mudos, gritam latentes!
Como um comentário sutil, porém…
— Cada baile desses custa Uma Vida,
mas quanto vale Uma Vida?
Cada máscara dessas, uns cem pratos
de comida… Um Sorriso?
Vai meu soldo, e eu, valho
em peso real, o mesmo que carrego
em minhas mãos…
 
O baile é de cartas marcadas!
Reis, príncipes, rainhas
e um arlequim na manga…
Um capanga da insanidade.
— Vai! Vai! Morra por nós!
Sorria vassalo amigo!
Teu castigo, não é servir-nos,
É pensar…
 
O ópio da alta sociedade
é soez, o elixir das vaidades,
deliciosamente viciante,
extasiante, o gozo dos Deuses!
Um toste de orgia à corte.
O Blue Blood é suave,
orvalha das mamas da sanha,
aos lábios do Ego… Ecoa!
 
Dentre essas torres de cristal e alabastro,
segue a risca um jogo cênico;
Deveras, o néctar dos astros,
está além do rum, do whisky,
mel, sangria e arsênico.
 
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)
DELÍCIAS ÍNFIMAS

DELÍCIAS ÍNFIMAS

DELÍCIAS ÍNFIMAS

Eis o Anjo lascivo
de ínfimo corpo…
desnuda segredada
no silêncio do corvo.

na sádica valsa
dos mortos,
em que vives e alça
o delírio dos corpos!

Quão a serpe que se rosca
n’outra serpe posta
e nua… Ou nuas? Neste templo
em que mádido é o tempo,

e o tormento deste dorso
que te cobre e o gozo
infindo da Lasciva Divina,
sente os lábios dela, sente?

Prova deles o orvalho doce
que exalas de alva pelve
e estremecida a malva pele
ressurge em verve louça

fina que se quebra
ao toque febril
e insano enerva…
A Morte tão vil;

mas seriam Anjos
numa salácia mortal?
e eu sepultado ouço
a sinfonia da luxúria,

estremecidas em ancas
cruzadas, minha tortura!
os lábios dela aos lábios
úmidos d’outra rósea flor…

beije-os, prove-os, o néctar
que orvalha d’outros lábios
Ínfimos , íntimos… Por favor!
Cruzem as rosas!

(Ante minha Cruz…)

Ferem-se em espinhos
das mãos de sangue e mel,
Às possuo , penetrando
em desejos e olhares

contraindo-as, sem Ares
num toste a Dionísio ,
As sépalas intumescidas
saboreadas por mim….

Nas línguas delas,
os seios gélidos
ressoam o pulsar meu,
A Vida efêmera nelas!

(e em mim), Inflamadas,
lisas , meu suspiro
arrepiam-lhes todas
desnudas, em si amarradas,

adornam o templo meu,
de Flores, Vida e Mel…
e eu as cubro de Noite
e as estrelas se desfazem

Quão gotas de Delícias Divinas…

(Anderson Delano Ribeiro – 2007)

 

#LaudasAlaudadas

 

SONETO TRISTE SINA

SONETO TRISTE SINA

SONETO TRISTE SINA

 

Luíza foi… Sim, foi,
Lá para longe,
Lá onde visconde escuta
Drão… Dil seu tio amado,

Matuto do serrado perdeu o chão,
Banqueiro meteu a mão,
Dinheiro faltou e Luiza se foi por esse mundão,
Da vida de andanças buscar esperança

Alugar casa nova buscar outra estância;
— Vá mas leve esse pão, toalha e sabão
Caso o ônibus pare e ao mundo repare

Toda a beleza de recomeçar sem os pés nesse chão…
— Se nos roubam o caminho, tio Dil tenho tino,
pra voar mais alto que avião.

 

(Anderson Delano Ribeiro)

 

#AlegoriasDeUmaVida

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