COR DE TERRA
COR DE TERRA
Nós somos iguais,
somos todos cor de terra,
antes mesmo de Gaia,
Tiamat, ou todas as eras.
Somos fruto, adubo, sonho, solidão.
(Anderson Delano Ribeiro)
#140Microcontos
É PRA VIDA
TRANSBORDAMENTOS
TRÍADE
O BANQUINHO
SOBREMESA
O BAILE
DELÍCIAS ÍNFIMAS
DELÍCIAS ÍNFIMAS
Eis o Anjo lascivo
de ínfimo corpo…
desnuda segredada
no silêncio do corvo.
na sádica valsa
dos mortos,
em que vives e alça
o delírio dos corpos!
Quão a serpe que se rosca
n’outra serpe posta
e nua… Ou nuas? Neste templo
em que mádido é o tempo,
e o tormento deste dorso
que te cobre e o gozo
infindo da Lasciva Divina,
sente os lábios dela, sente?
Prova deles o orvalho doce
que exalas de alva pelve
e estremecida a malva pele
ressurge em verve louça
fina que se quebra
ao toque febril
e insano enerva…
A Morte tão vil;
mas seriam Anjos
numa salácia mortal?
e eu sepultado ouço
a sinfonia da luxúria,
estremecidas em ancas
cruzadas, minha tortura!
os lábios dela aos lábios
úmidos d’outra rósea flor…
beije-os, prove-os, o néctar
que orvalha d’outros lábios
Ínfimos , íntimos… Por favor!
Cruzem as rosas!
(Ante minha Cruz…)
Ferem-se em espinhos
das mãos de sangue e mel,
Às possuo , penetrando
em desejos e olhares
contraindo-as, sem Ares
num toste a Dionísio ,
As sépalas intumescidas
saboreadas por mim….
Nas línguas delas,
os seios gélidos
ressoam o pulsar meu,
A Vida efêmera nelas!
(e em mim), Inflamadas,
lisas , meu suspiro
arrepiam-lhes todas
desnudas, em si amarradas,
adornam o templo meu,
de Flores, Vida e Mel…
e eu as cubro de Noite
e as estrelas se desfazem
Quão gotas de Delícias Divinas…
(Anderson Delano Ribeiro – 2007)
#LaudasAlaudadas
SONETO TRISTE SINA
SONETO TRISTE SINA
Luíza foi… Sim, foi,
Lá para longe,
Lá onde visconde escuta
Drão… Dil seu tio amado,
Matuto do serrado perdeu o chão,
Banqueiro meteu a mão,
Dinheiro faltou e Luiza se foi por esse mundão,
Da vida de andanças buscar esperança
Alugar casa nova buscar outra estância;
— Vá mas leve esse pão, toalha e sabão
Caso o ônibus pare e ao mundo repare
Toda a beleza de recomeçar sem os pés nesse chão…
— Se nos roubam o caminho, tio Dil tenho tino,
pra voar mais alto que avião.
(Anderson Delano Ribeiro)
#AlegoriasDeUmaVida