HELLENICA

HELLENICA

HELLENICA (Ελληνική)
 
 
Sinto a estranha doçura
De uns lábios róseos,
Novos, insana frescura!
Intensa, pudera formosos
 
Onires tomaram-me o siso?
Quiça! Das graças a razão,
Das gotas ao chão, criei a canção,
Terna, da-me vis que preciso!
 
Fora um riso ou primavera?
Que ao meu peito desespera,
Afora os corpos em enleio,
Abre-se a aurora em teu seio!
 
Guardemo-nos a lembrança
Das aguas comovidas… (Entre as pedras!)
Calmaria das ondas em cachos,
Dentr’eles acho: O compasso da Vida!
 
(Anderson Delano Ribeiro – 2006)
SABIA O SÁBIO SABIÁ

SABIA O SÁBIO SABIÁ

SABIA O SÁBIO SABIÁ
 
Sabia o sábio sabiá
Ao léu a assobiar Gardel,
Valia samango quiçá,
Ao pé, um tango que só!
 
Bem dizia o bem-te-vi,
Houve um canto em que vivi,
Bem queria um bem querer,
Ouvia um canto sem ter…
 
Ao casco do corcel
Eu tasco a melodia,
Presto, andante, meu cordel!
 
Presto a Dante a euforia,
Presta um soneto infiel?
O sábio sabiá sabia!
 
(Anderson Delano Ribeiro – 2006)
CHIBATA

CHIBATA

CHIBATA
 
Trabalhador,
trabalha a dor,
trabalho o odor,
 
traz lá na flor,
trambolho cor!
Dor lhe bata…
 
(Anderson Delano Ribeiro)
 
Audio:

3 TERCETOS

3 TERCETOS

3 TERCETOS
 
Pode a mulher imaginária escrever
Com passos na areia esboços
roucos de cantos em Ode?
 
Pode fazer manuscritos sinestésicos
Quão meu corpo pede?
– Bom dia moça da tez de louça!
 
Pés descalços em tercetos
Entoam um ballet grifado na praia,
Seriam asas ou cauda a canga saia?
 
(Anderson Delano Ribeiro)
RESUMO

RESUMO

RESUMO
 
Aqui jaz um ser pensante,
que falou latim, tentou mandarim,
Cantou Tom Jobim, plantou no jardim,
incenso Jasmim…
Aqui Jazz um ser pulsante.
 
(Anderson Delano Ribeiro)
TENHO UM NOVO AMOR

TENHO UM NOVO AMOR

TENHO UM NOVO AMOR

 

Tenho um novo amor!
Seu nome é Vitória,
Mas lá ja tá Ísis
pedindo que eu volte…

Dizes: “Sois livre!”
Onde matizes azuis
tão belas, me afogam
em corais…

Deixe-me ir!
Sem sufoco,
meio louco, sei!

Mas de ti fugir,
Nos Jardins que me perco,
Labirinto perfeito, me acho.

(Anderson Delano Ribeiro)

 

VIDA

VIDA

VIDA

 

Que seja um verso,
poemar fundo e rimar contra o tempo,
cada segundo é solilóquio,
cada esquina um soneto,

Cada agrura um terremoto,
Cada nota denota o medo,
Que seja inverso
reverso nosso frio na barriga,

O sorriso da conquista
de nascer caudalosa estrela
cadente, cadenciados somos

Ritmo, som, fluidos, ruídos,
corridos, vividos, sentidos!
Eleitos para nossa elegia.

(Anderson Delano Ribeiro)

 

LIBRIANA

LIBRIANA

LIBRIANA

Caiu… Caiu a ficha de uma ligação descreditada,
Caiu o verso como cai uma enxurrada!
Em um banho madrigal, em soneto e solilóquios soluçados,

Caiu! Aqui caiu uma tristeza como cai a aurora em duas horas,
e tanta inspiração tem motivo, nome de A a Z e foi-se ralo a fora,
Porque em um mundo azul de alegrias, mascaras e alegorias,
eis que surge como a fé que me faz ver-te limpa nesta noite,

Não mais as alvuras sibilosas em papel que rabisquei, era carne,
era santa, era mulher que desejei! Santificada pelos riscos da Arte!
Segregada pelas leis da física, mas lá estava, estrela quieta arde

Soube que Deus te fez de um sonho meu, e até me deu o céu desses olhos
no inferno escuro de Dante! Relutante idiota agi como menino encantado
pelo presente que o passado me trouxe… Ah como pude? Como pude?!!!

Não foi tolo, não! Foi rude! Ganhar-te aos meus olhos sem vidro ou touch screen!
Era ela! Ali saiu, com a poesia divina que só um Pai faz para um filho e ri
dos tropeços do Pierrot, Ah, então acabou?

Silênciou em zumbido, pós um show de rock n roll… E o presente não era a trilha,
era o caminho dos passos dela… Assim partiu a tristeza dela com um arlequim que passeava,
E o picadeiro rachou em sentido ao meu vazio… Era tardio, era noturno, era fome do vazio.

Sonhos encaixotados pela insônia, tácito Thanatos guardou aos mortais…
Nix sussurrou-me uma canção com aroma e pude sentir o beijo que rabisquei em papel maçã,
Ah, Ar febril sim! Flébil balança em equilíbrio, e quiçá ela volte em meus ascendentes criminais

Para Librianar-te em mim…

(Anderson Delano Ribeiro)

TALHERES NOVOS

TALHERES NOVOS

TALHERES NOVOS
 
 
Comprei talheres novos,
para um banquete de vento e ar,
não que me falte alimento a mesa
ou mesa para alimento,
mas todo feno deixei pra trás…
 
Comprei taças de vidro,
para brindar salve a Rainha!
Que me acolhe em seu jardim,
para empoemar suas três pontes…
 
Escolhi teus Horizontes
de Vitória em seu reino mar,
pois do Rio criança fui,
até o exílio de uma terra do
nunca acaba, nunca inicia…
 
E hoje no banquete onde recebo a mim mesmo,
como ilustre presença, tomo sonhos e desejos,
néctar da musa que escolhi para amar…
Devaneada em vestias de sal,
trouxe um riso perfumado, hálito de fruto e caos,
 
Alma pra ti, Psique para mim…
Assim com talheres novos,
saboreei de uma vida que eu tinha mas não detinha…
Era o tempo de transbordar as esferas da rima.
 
(Anderson Delano Ribeiro)
 

Destaques

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