ÀS VEZES
ÀS VEZES
Às vezes, uma arvore
não é uma arvore e sim amor,
Às vezes, um galho é o vazio,
e folhas, são plumas vegetais de sonhos vãos…
Às vezes, um charuto
não é um charuto psicanalítico,
E o Itabira, já dizia, é so o Itabira.
Às vezes a poesia é muda…
E mudinha vira flor…
Às vezes, se vês pássaro céu,
Deus sorri em tons corais.
E certas vezes, o vezes não multiplica nada!
— Só divide…
(Anderson Delano Ribeiro)
DAS TEMPESTADES
DAS TEMPESTADES
Largos passos,
De ríspido pranto
Dos lagos secos,
Destila-me o sereno,
Destina-me teu veneno,
Ad infinitum me livro…
Marca-passo, marca-livro,
marca-lauda, marca o siso,
marca o tempo a tez o pliso.
(Anderson Delano Ribeiro)
ASAS AO NORTE
RIMA BREVE 2
RIMA BREVE II
Rima breve,
leve contigo o démodé,
o clichê e o patê gourmet,
Quero mais que padedê,
pra render meus paetês,
Que não sei por que,
fremem por você.
(Anderson Delano Ribeiro)
NA SOLIDÃO
NA SOLIDÃO
Na solidão
a comida
nem sempre
é feijão,
Saberias
a questão,
dissabor
amargo,
Que matuto,
refuto
o prato
devoluto,
Toma me
poema,
consome,
que eu sumo…
(Anderson Delano Ribeiro)
HAIKAI OMISSO
HAIKAI OMISSO
De todo O Mito,
Sei que Mente
o reflexo do que Soul.
(Anderson Delano Ribeiro)
AMARULA
(Foto por David Levine – CreativeCommons)
MADRIGAL NOTURNO
MADRIGAL NOTURNO
Vou para casa a passos longos,
Chorar o pranto das Rosas…
Correr num vale de espinhos,
Morrer na costa dos versos…
Coroar-me o Rei sem Lei!
Inexprimível à dor do corte,
Inelegível ao Amor da corte.
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)
CORAIS ENTARDECIDOS
CORAIS ENTARDECIDOS
Sonhei que era um pássaro,
E toda a liberdade cabia
em pensamento,
Sonhei que sois medo,
E todas as minhas lágrimas
pungiram-se em vazio…
De um tépido casulo
brotou uma borboleta,
Sois asas desde sonho,
Corais entardecidos
semeando incertezas…
Segura a seda leve,
transpassa a histeria;
Sonhei inspirar fundo,
e todo o universo
cabia dentro de mim;
Assim, liquida e vaporosa,
expirava às sete léguas,
a imensidão era pequena,
e as galáxias, acolhia
em minhas mãos serenizadas;
No meu sonho, as Estrelas
eram um pólen misterioso,
Vagaroso era o Sol,
translúcido, a lúcidez
dos meus olhos…
Um oceano iluminado
por flores relampejantes!
Eram Anjos? Eram fadas?
Não… Eram as lágrimas de Deus!
Marejantes…
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)