ÀS VEZES

ÀS VEZES

ÀS VEZES

Às vezes, uma arvore
não é uma arvore e sim amor,
Às vezes, um galho é o vazio,
e folhas, são plumas vegetais de sonhos vãos…

Às vezes, um charuto
não é um charuto psicanalítico,
E o Itabira, já dizia, é so o Itabira.
Às vezes a poesia é muda…

E mudinha vira flor…
Às vezes, se vês pássaro céu,
Deus sorri em tons corais.
E certas vezes, o vezes não multiplica nada!

— Só divide…

(Anderson Delano Ribeiro)

DAS TEMPESTADES

DAS TEMPESTADES

DAS TEMPESTADES

Largos passos,
De ríspido pranto
Dos lagos secos,

Destila-me o sereno,
Destina-me teu veneno,
Ad infinitum me livro…

Marca-passo, marca-livro,
marca-lauda, marca o siso,
marca o tempo a tez o pliso.

(Anderson Delano Ribeiro)

ASAS AO NORTE

ASAS AO NORTE

ASAS AO NORTE
 
 
Brasília a noite,
Vim buscar Estrelas!
Mas outrora em vê-las,
Perdi-me o siso!
 
Agora indeciso,
Eu busco meu Mar!
Onde hei de prostrar
memórias tempestas…
 
Estas luzes não me guiam,
Desfiguram minhas réstias,
Mas aqui, bramam-se os dias,
 
Ordem e Progresso revesso!
Egresso nestas quadras,
712 contos de Fadas.
 
 
(Anderson Delano Ribeiro – 2006)
RIMA BREVE 2

RIMA BREVE 2

RIMA BREVE II

Rima breve,
leve contigo o démodé,
o clichê e o patê gourmet,

Quero mais que padedê,
pra render meus paetês,

Que não sei por que,
fremem por você.

(Anderson Delano Ribeiro)

NA SOLIDÃO

NA SOLIDÃO

NA SOLIDÃO

Na solidão
a comida
nem sempre
é feijão,

Saberias
a questão,
dissabor
amargo,

Que matuto,
refuto
o prato
devoluto,

Toma me
poema,
consome,
que eu sumo…

(Anderson Delano Ribeiro)

 

HAIKAI OMISSO

HAIKAI OMISSO

HAIKAI OMISSO

De todo O Mito,
Sei que Mente
o reflexo do que Soul.

(Anderson Delano Ribeiro)

AMARULA

AMARULA

AMARULA
 
Amarelo em mechas loucas,
Que eu quero em réstias soltas,
Toco os lábios em ventura
Arde a boca em amarula.
 
(Anderson Delano Ribeiro)
 
 
(Foto por David Levine – CreativeCommons)
MADRIGAL NOTURNO

MADRIGAL NOTURNO

MADRIGAL NOTURNO

Vou para casa a passos longos,
Chorar o pranto das Rosas…

Correr num vale de espinhos,
Morrer na costa dos versos…

Coroar-me o Rei sem Lei!
Inexprimível à dor do corte,
Inelegível ao Amor da corte.

(Anderson Delano Ribeiro – 2005)

CORAIS ENTARDECIDOS

CORAIS ENTARDECIDOS

CORAIS ENTARDECIDOS

Sonhei que era um pássaro,
E toda a liberdade cabia
em pensamento,
Sonhei que sois medo,
E todas as minhas lágrimas
pungiram-se em vazio…
De um tépido casulo
brotou uma borboleta,
Sois asas desde sonho,
Corais entardecidos
semeando incertezas…
Segura a seda leve,
transpassa a histeria;
Sonhei inspirar fundo,
e todo o universo
cabia dentro de mim;
Assim, liquida e vaporosa,
expirava às sete léguas,
a imensidão era pequena,
e as galáxias, acolhia
em minhas mãos serenizadas;
No meu sonho, as Estrelas
eram um pólen misterioso,
Vagaroso era o Sol,
translúcido, a lúcidez
dos meus olhos…
Um oceano iluminado
por flores relampejantes!
Eram Anjos? Eram fadas?
Não… Eram as lágrimas de Deus!
Marejantes…

(Anderson Delano Ribeiro – 2005)

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