MADRIGAL NOTURNO

MADRIGAL NOTURNO

MADRIGAL NOTURNO

Vou para casa a passos longos,
Chorar o pranto das Rosas…

Correr num vale de espinhos,
Morrer na costa dos versos…

Coroar-me o Rei sem Lei!
Inexprimível à dor do corte,
Inelegível ao Amor da corte.

(Anderson Delano Ribeiro – 2005)

CORAIS ENTARDECIDOS

CORAIS ENTARDECIDOS

CORAIS ENTARDECIDOS

Sonhei que era um pássaro,
E toda a liberdade cabia
em pensamento,
Sonhei que sois medo,
E todas as minhas lágrimas
pungiram-se em vazio…
De um tépido casulo
brotou uma borboleta,
Sois asas desde sonho,
Corais entardecidos
semeando incertezas…
Segura a seda leve,
transpassa a histeria;
Sonhei inspirar fundo,
e todo o universo
cabia dentro de mim;
Assim, liquida e vaporosa,
expirava às sete léguas,
a imensidão era pequena,
e as galáxias, acolhia
em minhas mãos serenizadas;
No meu sonho, as Estrelas
eram um pólen misterioso,
Vagaroso era o Sol,
translúcido, a lúcidez
dos meus olhos…
Um oceano iluminado
por flores relampejantes!
Eram Anjos? Eram fadas?
Não… Eram as lágrimas de Deus!
Marejantes…

(Anderson Delano Ribeiro – 2005)

HELLENICA

HELLENICA

HELLENICA (Ελληνική)
 
 
Sinto a estranha doçura
De uns lábios róseos,
Novos, insana frescura!
Intensa, pudera formosos
 
Onires tomaram-me o siso?
Quiça! Das graças a razão,
Das gotas ao chão, criei a canção,
Terna, da-me vis que preciso!
 
Fora um riso ou primavera?
Que ao meu peito desespera,
Afora os corpos em enleio,
Abre-se a aurora em teu seio!
 
Guardemo-nos a lembrança
Das aguas comovidas… (Entre as pedras!)
Calmaria das ondas em cachos,
Dentr’eles acho: O compasso da Vida!
 
(Anderson Delano Ribeiro – 2006)
SABIA O SÁBIO SABIÁ

SABIA O SÁBIO SABIÁ

SABIA O SÁBIO SABIÁ
 
Sabia o sábio sabiá
Ao léu a assobiar Gardel,
Valia samango quiçá,
Ao pé, um tango que só!
 
Bem dizia o bem-te-vi,
Houve um canto em que vivi,
Bem queria um bem querer,
Ouvia um canto sem ter…
 
Ao casco do corcel
Eu tasco a melodia,
Presto, andante, meu cordel!
 
Presto a Dante a euforia,
Presta um soneto infiel?
O sábio sabiá sabia!
 
(Anderson Delano Ribeiro – 2006)
CHIBATA

CHIBATA

CHIBATA
 
Trabalhador,
trabalha a dor,
trabalho o odor,
 
traz lá na flor,
trambolho cor!
Dor lhe bata…
 
(Anderson Delano Ribeiro)
 
Audio:

3 TERCETOS

3 TERCETOS

3 TERCETOS
 
Pode a mulher imaginária escrever
Com passos na areia esboços
roucos de cantos em Ode?
 
Pode fazer manuscritos sinestésicos
Quão meu corpo pede?
– Bom dia moça da tez de louça!
 
Pés descalços em tercetos
Entoam um ballet grifado na praia,
Seriam asas ou cauda a canga saia?
 
(Anderson Delano Ribeiro)
RESUMO

RESUMO

RESUMO
 
Aqui jaz um ser pensante,
que falou latim, tentou mandarim,
Cantou Tom Jobim, plantou no jardim,
incenso Jasmim…
Aqui Jazz um ser pulsante.
 
(Anderson Delano Ribeiro)
TENHO UM NOVO AMOR

TENHO UM NOVO AMOR

TENHO UM NOVO AMOR

 

Tenho um novo amor!
Seu nome é Vitória,
Mas lá ja tá Ísis
pedindo que eu volte…

Dizes: “Sois livre!”
Onde matizes azuis
tão belas, me afogam
em corais…

Deixe-me ir!
Sem sufoco,
meio louco, sei!

Mas de ti fugir,
Nos Jardins que me perco,
Labirinto perfeito, me acho.

(Anderson Delano Ribeiro)

 

VIDA

VIDA

VIDA

 

Que seja um verso,
poemar fundo e rimar contra o tempo,
cada segundo é solilóquio,
cada esquina um soneto,

Cada agrura um terremoto,
Cada nota denota o medo,
Que seja inverso
reverso nosso frio na barriga,

O sorriso da conquista
de nascer caudalosa estrela
cadente, cadenciados somos

Ritmo, som, fluidos, ruídos,
corridos, vividos, sentidos!
Eleitos para nossa elegia.

(Anderson Delano Ribeiro)

 

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