O DRAGÃO
O DRAGÃO
O Dragão em tua pele
É fato! Misticidade
Divina, habita a lua
De Jorge, neste dorso lunar,
Imenso, imensurável, norte
E sul deste Universo, forte!
Neste crepúsculo perverso,
Em que bebe das lunas
Mamárias de um anjo;
— Escamas em seda derme!
Ergue-te! Intocável, desejável,
Guarda estas chamas
Em teus olhos, e em tua boca,
Sopra constelações mentoladas;
Às plêiades traz as paixões!
Ruge o Dragão com teu sorriso,
Doma o Dragão o paraíso,
Atroz algoz baila contido
Em teus contornos, transita
A magia do oriente,
Adorno sacro que excita,
Um pedido a estrela cadente!
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)
(Foto de Bran Sodre no Pexels)
EU NUNCA AMEI O MAR
EU NUNCA AMEI O MAR
Eu nunca amei o mar, confesso,
porém insistente o mar me cativou,
cantando baixinho em noite ondejante,
inundou poesia em riso miúdo.
De quem nunca desistiu de mim.
(Anderson Delano Ribeiro – 2012)
#140Microcontos
COR DE TERRA
COR DE TERRA
Nós somos iguais,
somos todos cor de terra,
antes mesmo de Gaia,
Tiamat, ou todas as eras.
Somos fruto, adubo, sonho, solidão.
(Anderson Delano Ribeiro)
É PRA VIDA
É PRA VIDA
É pra Vida… Sim, é pra Vida os sonhos que desenho de olhos bem abertos,
É pra Vida, as cores que trazes em seu vestido e seus olhos me aquarelam!
É pra Vida o Chamego Meu que embala em nossa canção…
É pra Vida te ouvir chamar Vida esse Poeta que vive pela Vida menina.
É pra Vida as cores da janela à geladeira, toda bela, toda prosa…
É pra Vida a liberdade do seus vôos, hora rasos, hora soltos, mas certos
que são os passos mais lindos da dança do pássaro mulher!
É pra Vida, as mão dadas na praia, os meus olhos em sua sua saia,
E nosso caminhar por novos e lindos horizontes refletidos nesses olhos,
Feliz… Num abraço de eternidade e esquecimento do mundo fora do abraço.
(Anderson Delano Ribeiro – 23/08/2015)
TRANSBORDAMENTOS
TRANSBORDAMENTOS
Não quero estar cheio,
nem muito menos vazio!
Quero sim, transbordamentos!
(Anderson Delano Ribeiro)
TRÍADE
TRÍADE
E o que era primeiro, virou segundo,
e agora nem mais é…
Talvez ainda seja, talvez quando der.
(Anderson Delano Ribeiro)
O BANQUINHO
O BANQUINHO
Ali bem no cantinho,
habita um banquinho,
o banquinho que acolhe
o corpo exausto,
O banquinho que é palco
dos discursos inflados
hora cheios hora vazios,
o banquinho da greve!
O banquinho da primeira foto,
do primeiro beijo quiçá.
o banquinho da intimidade,
O banquinho que permanece
cheio de glória, assento de anseios
e histórias que vão e ficam.
(Anderson Delano Ribeiro)
SOBREMESA
SOBREMESA
Sobre a mesa, os quitutes mais formosos,
Os gargalhes mais falaciosos,
E a dourada sânie que nem Hipócrates cura…
Eu, me calo ante os rótulos e títulos de vaidades,
Em verdade, rogo um pão com margarina a mais
Saborosa ventura de ser livre da prisão das aparências!
Não quero, nem almejo a tez vazia de um pato putrefato,
Mas com a nobreza de ser foie gras para engordar-te o siso…
Penso que em meio a este meio não poderei ser quem sou,
E se não sou quem sou senão mero vislumbrador de vis vazias.
Cabe a mim com lirismo e zelo vos Dizer: Não!
Não serei como um cão sedento por alimento,
O talher de prata não ofusca o sabor do tormento,
Por mais que o pato aguente a gordura dessa mesa,
O pior vem sob a mesa…
O pesar amargo de cada sina sem sentido.
(Anderson Delano Ribeiro)
O BAILE
O BAILE
São três horas de uma hora
madrigal, a lua, já ate parece
estar lôbrega e embriagada…
— Aliás todos estão!
Mascarados embriagados,
envaidecidos, gargalham
carcarejadamente, e a música
é mero murmúrio desse momento.
É um baile de máscaras!
Em que os desmascarados,
são Pierrots de toda vida,
e suas máscaras, apenas,
lamentações enraizadas…
Já os mascarados! Sorriem,
suas máscaras são as mais belas,
as mais caras, e ainda!
Re-ti-rá-veis… Mas quem às tira?
Chama-me a atenção as faces
lânguidas e surreais…
Pudera eu ler suas mentes,
seus olhos mudos, gritam latentes!
Como um comentário sutil, porém…
— Cada baile desses custa Uma Vida,
mas quanto vale Uma Vida?
Cada máscara dessas, uns cem pratos
de comida… Um Sorriso?
Vai meu soldo, e eu, valho
em peso real, o mesmo que carrego
em minhas mãos…
O baile é de cartas marcadas!
Reis, príncipes, rainhas
e um arlequim na manga…
Um capanga da insanidade.
— Vai! Vai! Morra por nós!
Sorria vassalo amigo!
Teu castigo, não é servir-nos,
É pensar…
O ópio da alta sociedade
é soez, o elixir das vaidades,
deliciosamente viciante,
extasiante, o gozo dos Deuses!
Um toste de orgia à corte.
O Blue Blood é suave,
orvalha das mamas da sanha,
aos lábios do Ego… Ecoa!
Dentre essas torres de cristal e alabastro,
segue a risca um jogo cênico;
Deveras, o néctar dos astros,
está além do rum, do whisky,
mel, sangria e arsênico.
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)










