LASCÍVIA

LASCÍVIA

LASCÍVIA Os sudários fremem com a brisa a adentrar as persianas, Aquecendo-os nas trempes com as caldeiras negras; Dentre as caldeiras, plantas e flores, num aroma mágico, As vestias úmidas pelas poções transluziam alvas sedas. Insinuando os sinuosos corpos róseos das...
ELEGIA ERRANTE

ELEGIA ERRANTE

ELEGIA ERRANTE Quem és tu, que vieste dos ermos Campos da aleia divinizada? Amavios dantescos de um destino atroz. És altíssima, minha tênue musa teologal; Dona dos meus cândidos cânticos. E contrito, peço-te clemência, Por este, o santo afeto que me condena. Não...
CANTA PÁSSARO

CANTA PÁSSARO

CANTA PÁSSARO O pássaro chora triste, Numa dor que assim persiste; No entardecer de mais um dia, A canção não vem tardia; Vem chorosa e glamurosa, A canção tão poderosa; É mais que um parto, É uma dor que não tem jeito, Vem latente assim do peito; Vem da quase morte,...
LILYTH

LILYTH

LILYTH Flui dos sonhos, ó ninfa em súcubo; Na noite já tardia, Das brumas te descubro; Toca-me a tez em fantasia, Mística, doce, em vão orgia; Na ara flébil sinto teu dorso, Danças leve em poesia, Rosa Sacra, eflúvio em gozo. Rasga-me o peito com um espinho, Meu...
ZÉJEL N°06 (DOCE MORFINA)

ZÉJEL N°06 (DOCE MORFINA)

ZÉJEL N°06 (DOCE MORFINA) Neste infinito estirão em que o vento, Parece desafiar a luz efêmera dos tempos; Poucas serão as belezas até o templo; Em que as desgraças da vida parecem constantes. E uma ninfa é ansiada para um breve instante, Com as lâminas afiadas de uma...