SONETO FEITO FUMAÇA
Na conjuntura do vazio
O Rio é realmente violento
Ainda que haja cor
Não há casa, não há tempo
Na linha que leva a Dutra
Há um cinza prolixo
Dos olhos perdidos no lixo
Nos cantos no metrô
A capital está longe de Capitu
Ainda mais longe de Capitólio
Do ventre verde das Gerais…
Resta a inspiração da fumaça,
Tóxica e ácida na pressa preciosa.
Distante da Alegre fumaça cachoeira.
(Anderson Delano Ribeiro – 2017)