ÔNIX NOVA
A princesa dos cristais tão bela chora,
Lágrimas de orvalho, o ópio das horas;
Langue e sozinha, suspensa em estrelas,
Vaga erradia nos sonhos meus…
Insanos a julgam, carrascos do ódio;
Mas não sabem da força da tépida moça,
Dos cânticos feitos a ela, sorriso de absinto;
Inspiração vesana, és tudo de belo que sinto.
Mas, e se a fada das horas morrer?
Os sonhos de uma vida vão se esvanecer,
Não havendo mais nada, senão triste sina,
De viver, sem a verve da minha menina.
Oh cândida fada minha, ofereço-te as cores,
Onire azul do céu, do mar, e o vermelho,
Dos mais loucos e exuberantes sabores;
Assim, eu te acolherei nas sépalas de brancas flores.
Dando-te as alvas asas, elevando-te aos céus,
Ao teu místico santuário iluminado,
Guiando-me nos caminhos dos teus véus
Mostrando-me as cruas marcas do passado.
E eu, cantarei uma lira à tua beleza,
Fada luz, luz-me as palavras em riqueza;
Eterna chama alva que me ilumina,
Nas noites etéreas, em que a clamo, oh doce menina.
(Anderson Delano Ribeiro – 2007)