TALHERES NOVOS
 
 
Comprei talheres novos,
para um banquete de vento e ar,
não que me falte alimento a mesa
ou mesa para alimento,
mas todo feno deixei pra trás…
 
Comprei taças de vidro,
para brindar salve a Rainha!
Que me acolhe em seu jardim,
para empoemar suas três pontes…
 
Escolhi teus Horizontes
de Vitória em seu reino mar,
pois do Rio criança fui,
até o exílio de uma terra do
nunca acaba, nunca inicia…
 
E hoje no banquete onde recebo a mim mesmo,
como ilustre presença, tomo sonhos e desejos,
néctar da musa que escolhi para amar…
Devaneada em vestias de sal,
trouxe um riso perfumado, hálito de fruto e caos,
 
Alma pra ti, Psique para mim…
Assim com talheres novos,
saboreei de uma vida que eu tinha mas não detinha…
Era o tempo de transbordar as esferas da rima.
 
(Anderson Delano Ribeiro)