A PRIMA DA RIMA
A prima da Rima
Se chama Constância,
E desde menina
Sem extravagância,
É a menos querida
Da mãe Poesia,
Vivia esquecida
Ao Esmo dizia,
Que desde a infância
A Rima reinava,
Quem era Constância?
O poeta pensava…
E assim sussurravam
Os anjos da noite…
A pobre então foi-se,
E logo pensaram
Que o Mundo só Rima
É vago e vazio,
E tudo termina
No tempo tardio.
A prima da Rima
Rodou na esquina,
Estranha a tadinha,
Ficou tão sozinha…
A pobre Constância
Com fome e com frio,
Chutou as lembranças,
Parou num asilo.
(Anderson Delano Ribeiro)