SER E TEMPO

Ser insuficiente,
Ser o quase,
Ser como a esquina
Que leva ao peito

E arde…
Ser métrico,
Assimétrico,
Destoante,

Ser errante
Como a chuva,
Certeiro

como a lágrima,
Que turva,
Ser soneto!

Ser humano,
Ser além por dentro,
E o erro que transborda
Na corda bamba

Despertar,
O peito late fugaz,
Ser insuficiência
Cardíaca

Ser e tempo…
Ser por dentro,
Leva tempo ser
aí no mundo…

E quiçá nunca seja!
E quiçá seria?
Ser sabiá…
Voar… Voar…

Morrer, desgosto
De não mais ser,
Mas quase…

(Anderson Delano Ribeiro)

 

(Foto de Polina Sirotina no Pexels)