SER E TEMPO
Ser insuficiente,
Ser o quase,
Ser como a esquina
Que leva ao peito
E arde…
Ser métrico,
Assimétrico,
Destoante,
Ser errante
Como a chuva,
Certeiro
como a lágrima,
Que turva,
Ser soneto!
Ser humano,
Ser além por dentro,
E o erro que transborda
Na corda bamba
Despertar,
O peito late fugaz,
Ser insuficiência
Cardíaca
Ser e tempo…
Ser por dentro,
Leva tempo ser
aí no mundo…
E quiçá nunca seja!
E quiçá seria?
Ser sabiá…
Voar… Voar…
Morrer, desgosto
De não mais ser,
Mas quase…
(Anderson Delano Ribeiro)