SANHAÇO
 
 
Chega noite e o tema é a distância do teu olhar,
Hoje vi teus olhos raiando poemas solares,
Sou teu segrel segredado nos teus raios olhares,
Meus versos têm sido diários, diários de bordo…
 
E navego, entre o sonho e a insônia, só acordo
Nos acordes do teu perfume… Aprendi a escutar teu cheiro!
E a sentir tua voz como a pulsão das minhas asas por inteiro!
Verdadeiro amor de um Pierrot qualquer…
 
Sabes que meus cantos sopram ao sul do Rio?
Sabes que entre os vales de aço e montanhas
Caminho a semear estes poemas em delírio?
Devaneios em teu Seio Flor, sou o néctar da tua sanha.
 
– Não é à toa, avoa! Avoa em mim ‘Passarim’ azul Sanhá!
 
(Anderson Delano Ribeiro)