PARADEIRO
 
 
Inconstante grão de areia,
Que o vento leva do jardim,
Vento bate e freme a teia,
Seca o sangue do jasmim,
Pobre aranha que balança,
Segue a rima sem cair,
Tem seu templo estilhaçado,
Aos pecados seduzir…
 
Vem dos olhos da criança
A pureza que perdi,
Nas cavernas obscenas
Tão serenas, eu parti!
Às tavernas levo a dança
Perdurando a alegria,
Derrubando toda roupa,
Da orgia a nostalgia…
 
Vindo oh vento na janela,
Traz consigo oh ventania,
A vesânia que anda solta
Com um vestido cor canela,
Tão singela corre a praia,
Toda nua a bradar!
Joga à chama sua saia,
Que constela o meu sonhar…
 
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)
 
 
#LaudasAlaudadas