HÁ MEU VERSÁRIO
Habita em mim uma pressa oca
Vazia de sentidos, sem saber onde chegar,
Ventura não fosse o verso
Em meu ser perverso
Já teria chegado ao fim da última linha
Adorno o vazio com flores
Quão poço que posso beber poesia
Nas profundezas de mim… É o fim?
O fim ou recomeço? Reconheço,
De pressão o feijão quase ao dente
A mesa está posta à espera da festa
Se tem broto me resta
A Réstia Lua em céu de serra,
Abraço o corpo intangível
Em véspera de Natal, e a Vésper
Lisa e áspera luzir-me ao meu sinal.
Fina sina finalmente ilumina
O enredo do meu Carnaval.
(Anderson Delano Ribeiro)