ATÉ QUANDO
E na penumbra dos silêncios, o medo reina…
Seus olhos vermelhos de frente a um espelho,
Em carreiras alvas de delírios… Queima!
A alma presa a um corpo insano…
Em sua mente personagens turvos destorcidos,
Nenhuma alegria a ela é permitida,
Apenas solidão, e a ânsia de partida;
Seus pensamentos buscam tempos de saudade.
Mas, como sentir falta do que nunca existiu?
Dos seus olhos lôbregos uma lágrima;
Sanguínea, a lágrima de dor;
A cor do estigma sagrado.
“– Oh anjo dos meus cândidos sonhos,
Beije-me e molhe meus lábios secos…
Secos de amor, secos de calor, secos de vida.
Beije-me e reviva-me com teu amor…”
De instante, os vidros explodem em mosaicos,
E a luz toma tudo consumindo a penumbra;
E a menina cativa é liberta, com suas asas de vidro.
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)