ZÉJEL SOLENE
Para que há tardança?
Acalentar a criança,
Prorrogar uma dança?
Quão olente flor de laranjeira,
Solfejar da graúna do alto de uma palmeira,
Não fosse essa tal segunda-feira,
Talvez até mergulhasse da cimeira,
Afetado pelo fremente calor que refuto,
Ébrio à voluptuosa cor deste fruto,
Um veemente sabor que degusto!
Dormente, um doce surto!
Recolhe, desperta, chegou primavera!
(Anderson Delano Ribeiro – 2006 revisitada em 2025)