O CIRCO
O palhaço se faz num sorriso,
Mas há que o seu riso encontrar paraíso?
– Eu busco, eu busco, e só vejo chão…
Rodando, pulando, cambaleando ao chão!
O circo, circula o globo da morte,
– Quem sabe com sorte
Descubro o meu ser…
Correndo, subindo e descendo,
Quiçá, um dia há de ser!
Seguindo o estirão,
Seguindo a canção:
“Passa reto, passa mato,
Passa sobre mim…
Sob o céu tamanho encanto
desfaz-se num jardim…”
E o circo então levanta as cortinas!
– O show segue a rima
e os risos diários…
Ah, rouba o tempo, rotina tardia!
– Onde estão minhas filhas?
Onde estão meus sorrisos?
Onde na estrada perdi
meu encanto?
Pobre, o palhaço se desfaz,
A festa é mecânica, o riso também!
Inquieto, tomado por tamanho sentir,
Um curto circuito e param-se as máquinas!
No furo da lona havia uma estrela,
A lua serena se viu refletida naquele olhar,
– Quanto tempo não tinha
tempo para olhar o céu…
A vida despencou quão uma gota,
No peito floresceu liberdade…
Não há agua que lave este rosto!
Não há breu que exale mais paz!
(Anderson Delano Ribeiro – 2007)