ZÉ POBRE, ZÉ RICO
José perdeu-se em tantos desejos de Ter,
A TV mais cara, o carro do ano,
a cortina da sala, o nariz do Fasano,
Preenchida a casa, vazia a conta,
Num faz de conta que conta esse conto,
José esqueceu-se de Ser…
Trafegava de Porsche e pochete,
humilhava a pobre empreguete,
Não era José um qualquer…
Pobre José… Rico não é!
– Quanto custa esse troço de Ser?
José já queria saber…
Não se compra quão metro de pano,
O Ser íntegro, o Ser solícito,
O Ser Verdadeiro, O Ser Humano…
(Anderson Delano Ribeiro)