CACTOS AMANHECIDOS
Em mim habitam muitos vazios,
Resolvi preencher com vasinhos,
Cactos amanhecidos na janela,
Numa débil tessitura
De força e delicadeza,
Confesso que a destreza no peito
É medo que a tristeza inunde o leito,
Transbordando na quaresma
Os restos dos dias de festa,
Que ventura amar na vida
O eco do teu silêncio…
No âmago da taciturna flora,
Que perdura andar perdida
O ego em sangramento,
O sândalo perfuma a história…
(Anderson Delano Ribeiro)