A NOITE QUE SOU
Sou como a noite…
Silencioso, Lúgubre,
Barulhento por dentro,
Lascivo em luxuria…
Sou como os olhos da Lua,
Sou como negro manto céu,
Afável ao sono…
Desimportante para quem importa.
Sou como a noite no campo,
Melancolia entre mar e cais,
Sou como a noite na cidade
Repleto de estilhaços de vaidades
Sou a ponte irreparável
que corres sem saber porque,
Sou o sonho que não vem
Porque sabes que já o tem.
Sou como o catador de latinhas sem cão,
o filtro dos sonhos em teu quarto são,
(Sou) Recicla dor de migalhas recebidas em papel
Ardo como sol noturno invisível ao céu.
(Anderson Delano Ribeiro)