SURREAL
 
 
Surpreso ante o meu reflexo em olhos teus
De súbito encanto, a calar-me em lábios mádidos,
Sussurrando delírios, em lírios frescos e cálidos…
Subi as Estrelas, para trazer-te em versos oníricos
 
A cor da noite, na ponta dos teus dedos píricos
laçados aos meus, fremem a esmo,
Subliminarmente as Estrelas em nós, e mesmo tua voz,
Se encaixa sobre a realidade do timbre que te canto
 
As canções orvalham da fonte de róseo fruto.
Embriagando-nos da magia efêmera em sede infinda!
Sabores de todas as cores e a luz do templo,
Seduz-me em riso lascivo e breve,
 
O olhar entreaberto que leve
em plumas consigo a eternidade que sois…
Anjo e pássaro! Musa da Lua e tantos sóis.
Brada o beijo, e o desejo que o tempo pare!
 
E o verso submerso em tua boca fale
A tu’alma, o que só nossas línguas entendem,
A bailarina em padedê segura pelo Pierrot
na dança das mãos, sem rima, sem palavras… Surreal!
 
(Anderson Delano Ribeiro)