NA SACADA POSSO VER O SILÊNCIO
Na sacada posso ver o silêncio,
ouço o riso do vento inflamando meu peito,
a cidade segue a produzir aço,
os trens torpes marcham a pão e ferro,
A mesa vazia rodeada por cadeiras desritmadas,
tão bela sala íntima e vazia, retrato de um coração,
reflexo de um sonho, companhia que não veio,
receio achar bela esta sala, este vazio,
Acostumado a solidão,
intimidado no destino de crescer e deixar de fora
o menino que sonhara voar por esta sacada
sem despencar no real…
A vida, está vida que alimenta,
sustenta e me mata aos poucos
não necessita de sentido,
mas sentir-se vivo,
Como a canção dos pássaros aos castanhos sois,
e as constelações combinadas
de um signo de fogo e ar
que nunca me esqueci…
(Anderson Delano Ribeiro)