Se você é fã de Angra e tem problemas cardíacos, espero que tenha passado longe das redes sociais neste fim de semana. A banda decidiu testar a resistência da sua fanbase com uma maratona de anúncios que transformou os últimos três dias em uma verdadeira montanha-russa emocional.
Foram 72 horas insanas. Tivemos a confirmação de um sonho antigo, uma despedida dolorosa e uma estreia de peso. Mas, como nem tudo são flores no Metal Nacional, ficou aquele gostinho agridoce de “o que poderia ter sido”. Vamos recapitular esse furacão?
Dia 1: O Sonho da “Reunion” (quase) Completo
Tudo começou com o anúncio que fez marmanjo chorar: O Angra vai se reunir com sua formação clássica da era Rebirth e Temple of Shadows!
Sim, é oficial. No Bangers Open Air 2026 (marcado para abril), teremos no palco Edu Falaschi (vocais), Aquiles Priester (bateria) e Kiko Loureiro (guitarra) tocando juntos novamente com Rafael Bittencourt e Felipe Andreoli. É a celebração de 35 anos da banda em grande estilo. O formato do show promete ser histórico, dividido em atos para contemplar as diferentes fases. Até aí, a gente estava estourando champanhe.
Dia 2: O Fim da Era Lione
No dia seguinte, o balde de água fria (ou de realidade). Após 13 anos de estrada, discos incríveis como Omni e Cycles of Pain, e uma estabilidade que a banda não via há tempos, Fabio Lione está fora do Angra.
O comunicado oficial confirmou que o show no Bangers Open Air será sua despedida. Lione sai pela porta da frente, mas a notícia pegou muita gente de surpresa, justamente no momento em que a “reunião” foi anunciada.
Dia 3: A Chegada de Alirio Netto
E para fechar a trinca de anúncios cardíacos, hoje foi confirmado o sucessor: Alirio Netto é o novo vocalista do Angra.
Para quem acompanha a cena, o nome não é estranho. Alirio é um monstro técnico, brilhou no Shaman (substituindo o insubstituível Andre Matos com muito respeito), no Queen Extravaganza e em musicais. Vocalmente? A banda está em ótimas mãos. Mas o timing… ah, o timing é que complica.
O Sabor Agridoce: O “Helloween Brasileiro” que não veio
Aqui entra a opinião sincera desta que vos escreve: a sensação é de um “quase”.
Quando se falou em reunião com Edu e Aquiles, o imaginário do fã foi direto para o modelo do Helloween (Pumpkins United): uma turnê mundial com dois vocalistas (Edu e Fabio) dividindo o palco, celebrando o passado e o presente juntos, como uma grande família disfuncional, mas unida pelo Metal.
O que teremos, no entanto, parece ser mais uma “passagem de tocha” do que uma união definitiva. O show no Bangers será épico, sem dúvida, com atos separados e um final apoteótico com todos no palco (incluindo a estreia de Alirio). Mas a saída de Lione enterra, por enquanto, a chance daquela tour conjunta que todos sonhavam.
Ao invés de somar forças para uma nova era com duas vozes, trocamos uma peça por outra, enquanto revisitamos o passado em uma noite de gala. É ruim? De jeito nenhum. O show será lendário. Mas fica aquele suspiro de quem queria ver Lione e Falaschi dividindo Nova Era em uma turnê pelo Brasil todo, e não apenas em uma despedida pontual.
E agora?
Agora, nos resta esperar abril de 2026. Alirio Netto tem talento de sobra para segurar o bronca e criar uma nova identidade para o Angra. A reunião no Bangers será, sem dúvidas, o evento do ano para o Metal Brasileiro.
Mas confesso: com tanta novidade bombástica solta a conta-gotas, talvez um único post explicando o “novo grande plano” tivesse poupado alguns infartos e alinhado melhor as expectativas.
E você? O que achou dessa dança das cadeiras? Alirio é o nome certo? Ainda sonha com a tour estilo Helloween?




