LIBRIANA

Caiu… Caiu a ficha de uma ligação descreditada,
Caiu o verso como cai uma enxurrada!
Em um banho madrigal, em soneto e solilóquios soluçados,

Caiu! Aqui caiu uma tristeza como cai a aurora em duas horas,
e tanta inspiração tem motivo, nome de A a Z e foi-se ralo a fora,
Porque em um mundo azul de alegrias, mascaras e alegorias,
eis que surge como a fé que me faz ver-te limpa nesta noite,

Não mais as alvuras sibilosas em papel que rabisquei, era carne,
era santa, era mulher que desejei! Santificada pelos riscos da Arte!
Segregada pelas leis da física, mas lá estava, estrela quieta arde

Soube que Deus te fez de um sonho meu, e até me deu o céu desses olhos
no inferno escuro de Dante! Relutante idiota agi como menino encantado
pelo presente que o passado me trouxe… Ah como pude? Como pude?!!!

Não foi tolo, não! Foi rude! Ganhar-te aos meus olhos sem vidro ou touch screen!
Era ela! Ali saiu, com a poesia divina que só um Pai faz para um filho e ri
dos tropeços do Pierrot, Ah, então acabou?

Silênciou em zumbido, pós um show de rock n roll… E o presente não era a trilha,
era o caminho dos passos dela… Assim partiu a tristeza dela com um arlequim que passeava,
E o picadeiro rachou em sentido ao meu vazio… Era tardio, era noturno, era fome do vazio.

Sonhos encaixotados pela insônia, tácito Thanatos guardou aos mortais…
Nix sussurrou-me uma canção com aroma e pude sentir o beijo que rabisquei em papel maçã,
Ah, Ar febril sim! Flébil balança em equilíbrio, e quiçá ela volte em meus ascendentes criminais

Para Librianar-te em mim…

(Anderson Delano Ribeiro)