CAFÉ COM LEITE

CAFÉ COM LEITE

CAFÉ COM LEITE
 
 
Eis o mar perante meus olhos úmidos,
Suga a saliva doce de um rio café com leite;
Em tanto ar que me sufoca a alma,
Imenso o toque acalma,
Desliza a palma sutil,
Na pele febril deste homem,
Em que os sonhos jovens somem…
Velhos novos dias!
Politicamente incorretos,
Passam ondas, pororocas,
E o tempo segue reto.
Eterno é o amor das pedras,
Um Frade e uma Freira
Observam a primeira
Flor do dia, foge a melancolia;
Caem na areia as moedas
Do pão, o poeta então pede perdão,
Sobe ao barco dentre os arcos
Da ponte, das ruínas o Trapiche,
Suas feições vem tão tristes,
Sobrepondo este dia,
Da igreja, a sereia,
E o homem, cristal de areia,
Cobre tudo a poesia…
Cobra o tempo, Vento Sul leva
Um riso, um choro! Nostalgia…
 
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)
 
 
#LaudasAlaudadas
 
 
O DRAGÃO

O DRAGÃO

O DRAGÃO
 
O Dragão em tua pele
É fato! Misticidade
Divina, habita a lua
De Jorge, neste dorso lunar,
 
Imenso, imensurável, norte
E sul deste Universo, forte!
Neste crepúsculo perverso,
Em que bebe das lunas
Mamárias de um anjo;
 
– Escamas em seda derme!
 
Ergue-te! Intocável, desejável,
Guarda estas chamas
Em teus olhos, e em tua boca,
Sopra constelações mentoladas;
 
Às plêiades traz as paixões!
Ruge o Dragão com teu sorriso,
Doma o Dragão o paraíso,
Atroz algoz baila contido
 
Em teus contornos, transita
A magia do oriente,
Adorno sacro que excita,
Um pedido a estrela cadente!
 
(Anderson Delano Ribeiro – 2005)
 
 
(Foto de Bran Sodre no Pexels)
EU NUNCA AMEI O MAR

EU NUNCA AMEI O MAR

EU NUNCA AMEI O MAR
 
Eu nunca amei o mar, confesso,
porém insistente o mar me cativou,
cantando baixinho em noite ondejante,
inundou poesia em riso miúdo.
De quem nunca desistiu de mim.
 
(Anderson Delano Ribeiro – 2012)
 
#140Microcontos
COR DE TERRA

COR DE TERRA

COR DE TERRA

Nós somos iguais,
somos todos cor de terra,
antes mesmo de Gaia,
Tiamat, ou todas as eras.
Somos fruto, adubo, sonho, solidão.

(Anderson Delano Ribeiro)

#140Microcontos

É PRA VIDA

É PRA VIDA

É PRA VIDA
 
É pra Vida… Sim, é pra Vida os sonhos que desenho de olhos bem abertos,
É pra Vida, as cores que trazes em seu vestido e seus olhos me aquarelam!
É pra Vida o Chamego Meu que embala em nossa canção…
É pra Vida te ouvir chamar Vida esse Poeta que vive pela Vida menina.
 
É pra Vida as cores da janela à geladeira, toda bela, toda prosa…
É pra Vida a liberdade do seus vôos, hora rasos, hora soltos, mas certos
que são os passos mais lindos da dança do pássaro mulher!
É pra Vida, as mão dadas na praia, os meus olhos em sua sua saia,
 
E nosso caminhar por novos e lindos horizontes refletidos nesses olhos,
Feliz… Num abraço de eternidade e esquecimento do mundo fora do abraço.
 
(Anderson Delano Ribeiro – 23/08/2015)
TRANSBORDAMENTOS

TRANSBORDAMENTOS

TRANSBORDAMENTOS
 
Não quero estar cheio,
nem muito menos vazio!
Quero sim, transbordamentos!
 
(Anderson Delano Ribeiro)
TRÍADE

TRÍADE

TRÍADE
 
E o que era primeiro, virou segundo,
e agora nem mais é…
Talvez ainda seja, talvez quando der.
 
(Anderson Delano Ribeiro)
O BANQUINHO

O BANQUINHO

O BANQUINHO
 
Ali bem no cantinho,
habita um banquinho,
o banquinho que acolhe
o corpo exausto,
 
O banquinho que é palco
dos discursos inflados
hora cheios hora vazios,
o banquinho da greve!
 
O banquinho da primeira foto,
do primeiro beijo quiçá.
o banquinho da intimidade,
 
O banquinho que permanece
cheio de glória, assento de anseios
e histórias que vão e ficam.
 
(Anderson Delano Ribeiro)
SOBREMESA

SOBREMESA

SOBREMESA
 
Sobre a mesa, os quitutes mais formosos,
Os gargalhes mais falaciosos,
E a dourada sânie que nem Hipócrates cura…
Eu, me calo ante os rótulos e títulos de vaidades,
 
Em verdade, rogo um pão com margarina a mais
Saborosa ventura de ser livre da prisão das aparências!
Não quero, nem almejo a tez vazia de um pato putrefato,
Mas com a nobreza de ser foie gras para engordar-te o siso…
 
Penso que em meio a este meio não poderei ser quem sou,
E se não sou quem sou senão mero vislumbrador de vis vazias.
Cabe a mim com lirismo e zelo vos Dizer: Não!
Não serei como um cão sedento por alimento,
 
O talher de prata não ofusca o sabor do tormento,
Por mais que o pato aguente a gordura dessa mesa,
O pior vem sob a mesa…
O pesar amargo de cada sina sem sentido.
 
(Anderson Delano Ribeiro)

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