VERSOS EM 212 SABORES
 
 
E desnuda, em um sonho real, eu a vesti de poesia,
Sim! A cobri, corpo límpido, carne quente,
E perfume de 212 sabores, e calada dizia:
Querer sem querer, em língua vistosa,
 
Um baile entre os dentes…
 
Langue em desejos, atroz em ser teu algoz em candura,
Tamanha loucura me freme lascívia ternura,
Fremem, num baile sem mascaras, sem lua, sem estrelas,
Nada! Nada de outras musas, somente Ela…
 
Em aquarela pintada em quatro mãos, em suor, em letras, em bocas,
E nada além dessas poucas e roucas vogais!
Era como se o afago do beijo selasse esse encanto momento,
Em missiva escrita em laudas corpóreas… Grito e silêncio!
 
Eu rasguei meu riso e encaixei no teu,
Risos encaixados, corpos enlaçados,
Algemados entre dedos e pernas,
Silenciados, na sinfonia do sentir…
 
(Anderson Delano Ribeiro)